Nascido no dia 12 de abril de 1971 em Buenos Aires, na Argentina, Fernando Ariel Meligeni mudou-se para o Brasil ainda criança aos 5 anos com a família devido ao trabalho do pai, o fotógrafo Osvaldo Meligeni, Fazia handebol no colégio, futebol e tênis no clube, mas aos poucos a família foi o empurrando aos poucos para o tênis. O que não conseguiram fazer foi demovê-lo da ideia de optar pela nacionalidade brasileira. Sua mãe, dona Concepción, que o ajudou a vida inteira, era veementemente contra, assim como sua irmã e seu pai. Mesmo assim, “Fininho”, apelido pelo qual também ficou conhecido, decidiu que seria brasileiro.
Foi tachado de gringo por alguns torcedores no início de sua carreira, enquanto alguns dirigentes ainda não engoliam sua nacionalidade brasileira, mas com seus resultados e luta dentro de quadra, se jogando em cada bola, brigando a cada ponto, conquistou o coração do Brasil. Aposentado desde 2003, ainda é uma das caras mais conhecidas da modalidade no país, por suas conquistas e também pela personalidade.
Como um tenista juvenil, o canhoto venceu o Orange Bowl em 1989, terminando em terceiro no ranking mundial juvenil da ITF naquele mesmo ano. Neste mesmo ano fez seus primeiros torneios profissionais e conquistou em Brasília, sua segunda competição, as duas primeiras vitórias da carreira. O primeiro triunfo em nível ATP veio em 1991 no Guarujá, quando saiu do quali e surpreendeu o cabeça de chave 6 do torneio Cássio Motta na primeira rodada. Esperou até 1993 para conquistar seu primeiro título, em uma temporada de ascensão, na qual levantou três taças de challenger e entrou no top 100 pela primeira vez.
Se consolidou de vez entre os 100 primeiros do ranking em agosto de 1994, permanecendo nessa faixa de ranking por quase dois anos seguidos, oscilou um pouco no segundo semestre de 1996, mas logo voltou ao top 100 e por lá seguiu até julho de 2000. Depois, teve outra boa sequência no ranking de maio de 2001 a fevereiro de 2003. Sua melhor colocação na ATP foi o 25º lugar que veio em 1999, temporada na qual não venceu títulos, mas foi consistente, anotando 28 vitórias, seu recorde em um ano.
Ao todo, Fininho conquistou 202 vitórias em nível ATP e conquistou três títulos, o primeiro deles em Bastad (1995), o segundo em Pinehurst (1996) e o último em Praga (1998), todos no saibro, seu piso favorito. Disputou os quatro Grand Slam, nunca passou da segunda rodada no Australian Open e Wimbledon, chegou até a terceira rodada uma vez no US Open (1997), mas foi em Roland Garros que brilhou mais. Em nove participações, caiu na estreia apenas duas vezes e foi no saibro parisiense que brilhou em 1999 ao fazer uma incrível semifinal, derrubando rivais do calibre de Patrick Rafter, Félix Mantilla e Alex Corretja, até perder para Andrei Medvedev.
Embora não tenha focado tanto nas duplas durante a carreira, venceu 63 partidas e chegou a ser número 34 do mundo. Foram sete títulos de ATP, cinco deles ao lado de Gustavo Kuerten, com quem levantou uma taça em 1996 (Santiago), três em 1997 (Estoril, Bolonha, Stuttgart e Bogotá) e uma em 1998 (Gstaad). Também foi campeão de Bogotá em 1997, com Luis Lobo, e de Casablanca em 1999, com Jaime Oncins.
Defendendo as cores do Brasil, país que escolheu representar, Meligeni esteve em 19 confrontos a partir de 1993, vencendo 13 partidas, todas em simples. Ele também se destacou em torneios importantes competindo pela bandeira nacional. Por pouco não conquistou a primeira medalha olímpica do tênis, perdendo para Leander Paes na disputa do bronze nos Jogos de Atlanta, em 1996. Sua despedida do tênis foi justamente competindo pelo Brasil nos Jogos Pan-americanos de Santo Domingo, e sua carreira não poderia terminar de melhor forma do que com a medalha de ouro no peito superando o ex-número 1 do mundo Marcelo Ríos em três sets na decisão.