Aos 10 anos de idade, Patrícia Summers Medrado, nascida em Salvador, conheceu a paixão da sua vida em sua primeira raquetada. O que começou como uma simples brincadeira ao lado da tia Rose Summers, acabou se tornando uma grande história de sucesso. Das quadras da Associação Atlética da Bahia, na capital baiana, “Pat” acabou ganhando o mundo e foi uma das maiores tenistas da história do Brasil, fazendo do esporte sua vida.
Teve bons resultados no juvenil, mas sequer cogitava virar uma atleta profissional na época. Diante do caminho incerto do esporte, cursou duas faculdades antes de viver do tênis, fez Educação Física e Fisioterapia. O pai Adroaldo Medrado, sociólogo, fez questão de que a filha estudasse e tivesse uma formação. Durante as férias da faculdade jogava torneios pela Europa e nos Estados Unidos e, aos vinte e um anos, passou a dedicar-se somente ao tênis e foi para São Paulo, onde se profissionalizou.
Foi a tenista número 1 do Brasil por 11 anos consecutivos, de 1974 a 1985, chegou a ser a 48ª no ranking da WTA em simples e foi top 10 nas duplas, atingindo a nona colocação. Até hoje, a jogadora com o maior número de participações pelo Brasil na Billie Jean King Cup, representando as cores do país no torneio durante 14 anos. Também foi medalhista de prata nos Jogos Pan-americanos de 1975, na Cidade do México.
Teve resultados consistentes nos Grand Slam, atingindo as oitavas de final em Roland Garros duas vezes (1978 e 1979), a terceira rodada em Wimbledon (1982) e a segunda rodada no US Open (1976 e 1982) No total, foram 28 participações entre 1976 a 1988. Enfrentou as principais estrelas da sua época, como Steffi Graf, Gabriela Sabatini, Chris Evert, Martina Navratilova e Billie Jean King.
Sua carreira também foi marcada pela busca da igualdade de gênero. Em simples, venceu apenas torneios menores e teve como principal resultado em nível WTA o vice-campeonato do Brasil Open de 1987. Já nas duplas, ela teve conquistas mais expressivas, levantando cinco taças de WTA, duas com Cláudia Montieor (Tóquio 1981 e Austin 1982), uma com Yvonne Vermaak (Miami 1984), uma com Petra Delhees-Jauch (Barcelona 1985) e uma com Niege Dias (São Paulo 1986).
Se aposentou em 1989, disputando o torneio de Miami, mas não largou as competições e continuou levantando troféus internacionalmente. Ela se sagrou heptacampeã mundial masters em simples e possui ainda outros sete títulos do mesmo gabarito em duplas e dois em duplas mistas. Não parou por ai e sentindo uma necessidade de fazer mais pelo esporte, trouxe para o país, em 1996, o programa “Tênis nas Escolas”, com o propósito de popularizar a modalidade e democratizar seu acesso. Desde 1998 tem o seu próprio instituto, orientando crianças a ingressar no esporte.